Sou lunar,
A sociedade me ignora,
Pois tenho coisas estranhas pra falar
Nada nessa vida me apavora
E até com a desgraça eu consigo poetizar.
Não tente me tirar do mundo da lua
Já morei na rua
Hoje não posso reclamar
Sou dono da Terra, do sol, do mar...
Hoje o universo eu chamo de lar.
Meus pés já foram cortados por esse chão de
cacos,
Invejei pessoas que comiam em pratos,
Admirei as que moravam em barracos,
Considerava ricas as que não se vestiam com
trapos...
Espalho meus tesouros pelo mundo
Em meus olhos não existe a tristeza
Sou dono de tudo e aproveito cada segundo.
Para que eu não viva solitário, resolvi
compartilhar:
Declaro que todos possam usufruir do meu sol
Que as minhas estrelas brilhem enquanto
existir um “ser” para admirar
Quero que o meu oxigênio ajude até o mais
desprezível a respirar...
Façam o que quiserem com o meu mar
Tomem banhos em minhas cachoeiras
Se encantem com o som dos meus pássaros
Durmam com o brilho do meu luar...
Esqueci de alertá-los que sou apenas um homem
E todo o homem é dono de tudo...
Alguns que se dizem humanos
Destroem a própria terra que pisa
Envenenam o próprio alimento que comem...
Estes não têm poder algum
Não merecem o que acham que têm
E acham que nunca têm o que merecem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário